Eu chego de surpresa, surpreendo a presa
Indefesa, presa sobre a mesa
Sangue sobre a seda, então acenda
Sinta a presença na fumaça intensa
Sempre lento porém corro contra o tempo
Corto o vento perseguindo o pagamento
Com infravermelho eu cuido cada movimento
Com olho vermelho, a todo momento
Chapando o melão na escuridão, solidão
Trancado numa tumba só tragando
Aquele bão, nunca são, não
Cuspindo algodão, carvão cobre meu pulmão, então
Me põe no chão, no caixão
Sob uma aurora dourada, cruz virada pendurada
Viro a madrugada viro vinho nessa taça
Se eu não tô chapado essa cidade não tem graça
Meu sangue é sujo porque respiro fumaça
Você me desgraçou, zé
Não posso continuar vivendo, vou me matar
Toda mulher, diz a mesma coisa
Só começa o culto quando oculto queima as vela
Sou por dentro escuro porque só cultuo as treva
Permaneço oculto, envolto em névoa
Pareço um defunto, fumando erva
Só começa o culto quando oculto queima as vela
Sou por dentro escuro porque só cultuo as treva
Permaneço oculto, envolto em névoa
Maconheiro vagabundo da sarjeta para o mundo
Da sarjeta para o mundo
Oculto